Todos
os dias por ela eu passava
contemplando
sua graça silenciosa.
Tal
qual a enigmática Mona Lisa,
ela
fazia do banco da praça sua tela
dirigia-me
um sorriso carregado de mistérios;
eu
acenava, e seguia meu caminho.
Por
instantes eu ficava a matutar
nas
palavras que aquele sorriso poderia dizer
mas
logo eu mergulhava ensandecido
no
mundo de contratos, documentos e números
e
nela não mais pensava.
Até
que um dia pela praça passei
e
surpreso notei o banco vazio;
intrigado,
continuei meu caminho.
Passaram-se
os dias, e o vazio na praça continuava;
irremediavelmente,
havia perdido meu sorriso matinal.
A
presença daquela ausência começou a pesar
e
tarde demais, eu percebi
o
enigma por trás daquele sorriso.
Agora
sou eu a ocupar o banco da praça
esperando
a volta desse amor
que
se foi sem nunca ter sido.
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